quinta-feira, 27 de setembro de 2007

mundos de apreciação

à sombra de uma árvorenuma tarde quentee lenta.
O tempo parece não passar,os segundos são intermináveis.As árvores balançam preguiçosas,conforme o vento as contorna.Tédionum lugar esquecido pelo mundoe por Deus.Sinto-me esquecido.
Vida insignificante e sem sentidoque parece nunca acabar.“Por que existo?”, nem adianta perguntar.Não há resposta.
Vi umas belíssimas fotos da ilha formosa, presumo... Uma "linda princesa adormecida" ao colo de um "pai babado"...

Numa noite de Outono, pensei escrever que tens razão quando dizes que "são as pequenas coisas da vida que nos dão mais prazer". Porém, pensando um pouco melhor, certamente que o ser retratado na foto do centro é o que te dá mais prazer, e esse, é certo e seguro, não é uma "pequena coisa
Tenho a certeza de que a princesa adorou o cheiro do mar, as cores, o som. Despertar para os sentidos num sítio como esse tem de ter alguma influência no acordar da pequenina pessoa que ela é agora. Algures dentro das suas memórias, num local que vai ficar interdito para sempre, vão ficar as sensações da tarde de hoje. Obrigada pela partilha das fotografias e dessa tarde tão especial.
Que saudades do mar, do cheiro a mar, da brisa do mar, hmmm. Que saudades do sol do algarve (não há sol como esse em parte nenhuma do mundo...).
A felicidade está inteirinha nesses pequenos momentos...
Ela quer saber se os gatos têm memória. Já passou do teto branco às experiências de transmissão de pensamento.Eles entendem, já ouvi dizer. E, não me lembro bem, eu já li em algum lugar sobre a memória dos gatos. Eram eles que guardavam apenas as lembranças mais imediatas? Ou seriam eles realmente clichês ambulantes, misteriosos, cheios de segredos e sabedoria? Não queria que meu oráculo fosse um felino.Não me lembro. Li em algum lugar, em algum dia, em alguma revista. Qualquer informação me basta.Mas gatos são leves, de uma leveza não só física, o limite não são os muros altos e os telhados e o mundo inteiro à disposição, e as brechas facilmente abertas, visíveis apenas para quem é muito rápido.E leve.Se lembrassem de tudo, pesariam. Não conseguiriam se mover, como se entupidos da mais assassina das lasanhas, e atolados na cama de gato mais aconchegante, comprada na loja de animais mais nova do bairro. Eles seriam pesados, como todos nós. Não queria me lembrar mais. Não existe memória seletiva.A minha glória, em dias sem teto branco para olhar. A minha desgraça, em dias sem céu azul. Nesses dias, sonho com um novo começo diário. O dia em que todos os dias pudessem ser como a noite de Ano Novo. Uma vida inteira jogada para trás, apenas novas possibilidades a partir de agora.Mas sempre tem um pequeno ato alheio, o refrão de uma música, um olhar de relance para me relembrar do teto branco. Tudo volta. Tenho saudades do moço bonito naquela tarde em que ventava tanto. Tudo muito simples, ainda não havia um passado, dias de construir o presente.E nunca mais, quando nos lembramos, construímos o dia-a-dia. Esquecemos.Algum dia será tudo memória. Histórias que apenas eu e ele sabemos, que por uma fração de segundos, algum dia tentaremos relembrar, e não saberemos se estamos apenas inventando. Retocando, você prefere dizer, porque aí tudo deslizará mais fácil, tudo perderá a sua tensão, e nada mais doerá como antes.